sábado, 5 de maio de 2012

A Rute


Conhecia através do já não usado Hi5. Saímos umas quantas vezes. A conversa fluía, os risos e as gargalhadas também, mas as saídas nunca terminavam em sexo. Durante meses a fio, foi sempre assim.
Até que um dia, após um café, quando chego a casa envia-me uma mensagem. Diz-me que sempre que se encontra comigo, fica possuída e húmida do nada. Envia-me a mensagem quando está a caminho de Leiria. Diz que só de pensar quase borrou o assento do carro. Teve de parar para tirar as cuecas. Será que fez algo mais?
Durante dias, semanas, desfrutamos um do outro. Fizemos tudo que nos ocorreu. Com a Rute era assim, ou nos entregávamos por completo ou então não valia a pena.
Tudo acabou do nada. Desapareceu sem deixar rasto. Não respondia às mensagens, não respondia a nada. Não atendia o telemóvel. Começou a namorar.
Passado um ano deu um sinal da sua graça. A Rute sendo a Rute, deu sinal, com uma mensagem nada provocante.
- Passei agora pela tua casa e ainda nem lembro do melhor minete da minha vida.
No espaço duma semana voltei-lhe a fazer muitos, mas mesmo, muitos mais minetes. Desapareceu novamente. Nunca mais apareceu.
Apesar de desaparecer nas melhores partes, a Rute deixou saudades pelos seus devaneios carnais.

1 comentário:

  1. há devaneios assim... fica-se sem saber se os vivemos ou imaginámos, mas depois... há o sabor que fica na boca, o arrepio na pele... sabemos então que esses momentos foram vividos!
    gosto desta escrita, vívida e desvelada, puramente "devaniada"!!! =)

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